Thursday, July 22, 2010

Só quem tem filho pode entender...

Por Ana Lúcia Travassos Romano

Esta frase pode ser ouvida ou lida diariamente em todos os meios de comunicação humana: interpessoal, TV, rádio, jornais e todos os outros. Várias vezes por dia e nos mais variados contextos. E não é verídica...

Com boa intenção (ou não...) a repetimos, alienando uma parte da população humana de sentimentos nobres pelo simples motivo de não terem gerado ou criado outro ser humano.
A capacidade de se compadecer, de ter empatia e até mesmo de amar (pasmem!) não é monopólio dos pais, é fagulha do Amor de Deus, que arde no coração dos homens, às vezes apenas em brasa recalcitrante, cabendo a cada um avivá-la.

Os motivos que levam alguém a não ter filhos são variados, nem sempre ditados pelo egoísmo, e portanto a sociedade não tem o direito de pré julgar estas pessoas e de puni-las com seu preconceito. Este é um preconceito contra o qual a mídia não se levanta, da mesma forma que o que recai sobre as pessoas que nunca se casaram. “Porque não se casou Fulano/a? Algum motivo há...” “ Também com aquele gênio, não ia arranjar ninguém” E a bem intencionada mãe: “Meu filho/a deste jeito ninguém vai querer se casar com você” . Também vai ser difícil se manter no emprego, guardar as amizades, agradar a Deus, mas são argumentos menos usados, se o são.

A falta do cônjuge ou de família faz da pessoa na sociedade atual alguém sobre quem recai desconfiança e até a boa sociedade repele. Não há lugar para quem anda despareado e o par, seja quem for, tem que ser necessariamente encadeado por envolvimento sexual. Daí andar-se com amigos passa a ser comprometedor...

Assim como o indivíduo, a família hoje é, muitas vezes, excludente, como um clã no qual a seus membros tudo é permitido e que se amuralham para proteger-se do demais como se inimigos fossem. Sua abertura para o mundo é pouca e os pais julgam que a favor dos filhos tudo vale, o que também não é verdade. “Fiz isto por meu filho/a” “Uma mãe faz qualquer coisa por seu filho/a” E todos estão justificados frente a uma sociedade que não entende o que é realmente a paternidade/maternidade e o que é família.

Em Sua Unidade, Deus não está só, é uma Família, o Pai , o Filho, o Espírito Santo, ligada pela cadeia do Amor. Amor este que, de tão grande, infinito, transborda e engolfa os homens.

Tal é também a verdadeira família humana ( e muitas o são!). Seu amor transborda, acolhendo os que em torno dela orbitam. Seu amor aproxima e atrai, com o fazem as ondas circulares na água, que sugam para o centro. Centro este que é o Amor de Deus, a única pedra angular sobre a qual se constroem os verdadeiros laços humanos.

O fascinante, generoso e cheio de centurião, cujas palavras são repetidas pelos séculos e séculos incontáveis vezes, não vem pedir a Jesus um milagre por nenhum membro de sua família...

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