Escrever sobre
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um novo ano é, infalivelmente, falar de projetos, mudanças e renovação. Pensando nisso, ocorreu-me que nós vivemos refazendo intenções para o novo período, geralmente infrutíferas e fracassadas.
Parar de fumar; caminhar; exercitar-se; reeducar-se alimentarmente; ser mais ordeiro(a); contribuir para uma obra social; ser mais solidário(a); enfim, esses são os "mais votados". Nunca somos modestos, melhor dizendo, prudentes, e nos atemos a um ou, no máximo, dois propósitos, mais fáceis de atingir e que trariam mais paz para a alma.
Há pouco, antes de pegar no lápis e anotar o fluxo de pensamentos que me vieram - sou jurássica às vezes, ainda registro coisas no papiro, perdão, no papel -, li um trecho do livro "O homem que sabia perdoar, de Francisco Faus, sobre S. Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, da editora Indaiá, SP. Além da recomendação lítero-espiritual, o que sugiro, e que pretendo perseguir desde agora, sem precisar esperar que o relógio me comande, ou que aconteça a famigerada contagem regressiva - ô coisa brega e cansativa! -, é a misericórdia.
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Já reproduzimos aqui no blog, em outro texto, a origem etimológica da palavra, não vou repetir, só lembrar que diz respeito a um coração compassivo, que sinta com os outros suas dores, alegrias, esperanças; que lhes ajude a superar as primeiras, aprofundar as seguintes, e, principalmente, viver destas últimas.
Não é um projeto "Ano Novo, vida nova", porque não se concretiza somente na virada do ano, como um passe de mágica. Um coração misericordioso só se consegue passo a passo, luta a luta, diariamente, a cada minuto e desafio, e se traduz em dois aspectos fundamentais: perdão e compreensão. Nossa, - é muito difícil, dirão alguns, ou – é impossível, isto sim!
Concordo, SERIA impossível se não viesse de Deus, do Pai, a quem recorremos com filial fraqueza e indigência, arrancando dEle o que não conseguimos por conta própria, quer dizer, tudo, pois sozinhos somos nada. Um coração misericordioso transcende a justiça, virtude esplêndida; encharca-se de caridade; antecipa-se às necessidades do próximo, não as espera; compreende, colocando-se no lugar de quem, frequentemente, nem a si entende, e, mais usualmente ainda, nem tenta retribuir.
Vou logo avisando: é dureza, é "pauleira", desculpem o popular, mas é a pura verdade! Quem pede a Deus um coração assim, e a quem Ele já começou a escutar, descobre rápido que dói muito, mas, contraditoriamente, é fonte de inesgotável felicidade e paz.
Por isso, só posso sugerir que busquemos essa graça inigualável, a misericórdia, começando agora e continuando no novo ano. São trezentos e sessenta e seis dias ( o ano é bissexto, oba, um dia a mais de misericórdia!) semeando e colhendo atos de perdão, acolhimento e carinho. É muita chance de tornar a nós mesmos e ao mundo melhor ,muito MELHOR, esta é a boa notícia de Ano Novo! Felicidades! Que 2012 seja o Ano da MISERICÓRDIA para todos e suas famílias!