Mais um filho casando - 2ª parte: a noiva

Por Maria Teresa Serman

Nesta azáfama da preparação do casamento - iminente, pois descobri que quatro meses não são "absolutamente nada"! - muito se concentra em torno da noiva, a estrela da festa. Perdoem-me os noivos, mas é verdade. Claro que um casamento pressupõe dois que se tornam uma só carne e um só coração, mas pesa muitíssimo mais para o lado feminino, nos vários quesitos, do que para o outro.

E dessa turbulência toda emerge o vestido de noiva como um mito, a oportunidade de ser, não mais a princesa, mas a rainha do momento. Tudo contribui para essa visão feérica da noiva: tecidos, brilhos, luzes, flores, sonhos. Sou grata à minha futura norinha, portanto, por me permitir participar intimamente desses instantes inesquecíveis de sua vida, e da nossa.

É uma decisão difícil e cara, há muita variedade, é preciso personalidade para resistir às pressões implícitas da família e explícitas e insistentes das vendedoras, as moças que apresentam os modelos e ajudam a noiva a experimentar. Devo dizer, repetindo a declaração de uma organizadora de casamento e cerimonialista, que a maioria dos vestidos prima pela monotonia - quase todos têm decote tomara que caia. Alguns sabiamente já estão fugindo disso, ou acrescentando casaquetas e boleros para a hora da cerimônia religiosa, o que é uma delicadeza para com o padre celebrante e uma demonstração de respeito pelo lugar.

Seria mais elegante se as noivas não tentassem exibir muita pele, transformando o vestido do matrimônio em modelito de festa comum, que em muitos casos patina no grotesco ou decididamente mergulha na vulgaridade. Se folhearem revistas de noivas, de bom nível, acreditem, poderão entender o que digo.

Não é preciso que o traje tenha mangas compridas ou decote no pescoço, mas um meio termo seria recomendável. A moça deve ser ela mesma nesse momento sumamente importante, não tentar macaquear qualquer atriz ou cantora que tenha feito do seu casamento um palanque promocional. Há que preservar a essência do compromisso, o cunho familiar por excelência que consagra uma promessa.

Felizmente minha futura nora é uma moça discreta e de bom gosto. Vem demonstrando tais qualidades durante os preparativos, e sua escolha do vestido agradou a quem estava com ela. Que ela e todas as noivas estejam deslumbrantes, emocionando a todos com sua elegância, felicidade e duradouro brilho que só o verdadeiro amor pode oferecer.