Saturday, March 13, 2010

Eu te odeio mãe!

É muito triste uma filha dizer algo tão duro a uma mãe.
Eu imagino que mãe não seria esta para ouvir tal desabafo: Uma mãe omissa, que nunca passou uma noite em claro ao lado desta filha, que nunca cuidou de seus machucados, nunca deu um beijinho pra sarar, e com certeza nunca levou esta filha dia após dia a escola e nunca se preocupou com as notas que vai tirando ou nem ligava para as amigas com quem a filha saísse. Mas se assim não foi, onde esta o amor que a filha devia ter pela mãe?

O sentimento de ódio, arrepia, causa angustia no mais íntimo de uma mãe. E um filho quando chega a odiar uma mãe, deve ter uma razão muito forte, uma repulsa muito grande por este ser que a gerou, que passou 9 meses unidas ao estremo.

Queiramos nós nunca ouvir uma frase como esta, e se ouvirmos, por algum desabafo infantil ou injusto, não carreguemos esta dor por muito tempo no coração. Porque uma dor de ser odiada mata, mina a alma e faz adoecer, mínguam os sentimentos mais profundos e deixam cicatrizes enormes.Podemos ouvir de qualquer pessoa um “eu te odeio!” Menos de um filho ou filha.

A leitura do ponto abaixo traz grande alento a um coração atribulado pela dor:

4 - Via Sacra - São Josemaria Escrivá

"Acabava Jesus de se levantar da primeira queda, quando encontra sua Mãe Santíssima, junto do caminho por onde Ele passa. Com imenso amor, Maria olha para Jesus, e Jesus olha para sua Mãe; os olhos de ambos se encontram, e cada coração derrama no outro a sua própria dor. A alma de Maria fica submersa em amargura, na amargura de Jesus Cristo. Â vós que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor comparável à minha dor! (Lam 1, 12).......

Na obscura soledade da Paixão, Nossa Senhora oferece a seu Filho um bálsamo de ternura, de união, de fidelidade; um sim à Vontade divina. ..........

1. Que homem não choraria ao ver a Mãe de Cristo em tão atroz suplício?
Seu Filho ferido... E nós longe, covardes, resistindo à Vontade divina. Minha Mãe e Senhora, ensina-me a pronunciar um sim que, como o teu, se identifique com o clamor de Jesus perante seu Pai: Non mea voluntas... (Lc 22, 42): não se faça a minha vontade, mas a de Deus.

2. Quanta miséria! Quantas ofensas! As minhas, as tuas, as da humanidade inteira....... Para nos purificar dessa podridão, Jesus quis humilhar-se e tomar a forma de servo (cfr. Filip 2, 7), encarnando-se nas entranhas sem mácula de Nossa Senhora, sua Mãe, e Mãe tua e minha. Passou trinta anos de obscuridade, trabalhando como outro qualquer, junto de José. Pregou. Fez milagres... E nós Lhe pagamos com uma Cruz.

Precisas de mais motivos para a contrição?

3. Jesus esperou por esse encontro com sua Mãe. Quantas recordações de infância! Belém, o longínquo Egito, a aldeia de Nazaré. Agora também a quer junto de Si, no Calvário.
Precisamos dEla!... Na escuridão da noite, quando uma criancinha tem medo, grita: Mamãe! Assim tenho eu de clamar muitas vezes com o coração: Mãe! Mamãe! Não me largues.

4. Até chegarmos ao abandono, há um pouquinho de caminho a percorrer. Se ainda não o conseguiste, não te aflijas: continua a esforçar-te. Chegará o dia em que não verás outro caminho senão Ele — Jesus — , sua Mãe Santíssima, e os meios sobrenaturais que o Mestre nos deixou.

5. Se formos almas de fé, daremos aos acontecimentos desta terra uma importância muito relativa, como a deram os santos... O Senhor e sua Mãe não nos abandonam e, sempre que for necessário, far-se-ão presentes para encher de paz e de segurança o coração dos seus."

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