"Casar é uma temeridade!"

Por Maria Teresa Serman

A frase está entre aspas porque foi dita pela colega de uma das minhas filhas, e esta me repetiu horrorizada: "como ela pode pensar assim?!", foi seu comentário. Susto maior ainda teve quando eu concordei com a moça. O casamento é basicamente uma temeridade.

Só se casam, ou devem se casar, os audaciosos, os destemidos, aqueles que não se permitem fugir dos desafios da vida. O matrimônio - união indissolúvel e sagrada - é isso mesmo, um dos maiores desafios para o ser humano, sem dúvida. Não é um conto de fadas, não torna a vida amena ou açucarada. Esse tipo de compromisso propõe, a cada dia uma (na verdade muitas!) luta nova, uma entrega total e constante, sem desconto ou férias. Demanda também criatividade e bom humor renovado. E nisso está todo o seu encanto e consequente felicidade. Rotina mesmo, só para os acomodados e displicentes.
O amor é um senhor exigente, há que estar sempre atento, qualquer descuido pode ser fatal. A desgastada metáfora da plantinha que deve ser regada e adubada também se aplica: ele é frágil, nós é que o fortalecemos. Por isso tudo, requer incansável vigilância e prontidão generosa, no que der e vier. Aí está sua riqueza, seu atrativo.

O casamento não vale a pena, SÓ vale a pena! “O sacramento que recebemos ao dizer “Sim, eu aceito”, Sim, na alegria e na tristeza”, Sim, na saúde e na doença”, "Sim, amando-te e respeitando-te todos os dias de minha vida", nos abre um manancial de graças que nos torna aptos a dar conta dessa missão totalmente sobrenatural, pela qual Deus consagrou em uma só carne um homem e uma mulher.

Sem temor, mas também sem ingenuidade, consideramos o matrimônio uma ideia genial do Senhor, uma prova de Sua confiança no ser que Ele criou à sua imagem e semelhança. Quanto às graças que concede, é preciso querer aproveitá-las, não desperdiçando ou desprezando as oportunidades constantes que Ele oferece para que Lhe peçamos ajuda, inspiração, paciência, alegria, amor, enfim.