Já escrevemos sobre a primeira parte do Credo, a do Pai criador. Agora vamos ressaltar a segunda pessoa da Ssma Trindade, o filho. Nada poderíamos escrever de melhor do que transmite uma carta do Prelado do Opus Deis aos fieis da Prelazia. Vamos transcrever alguns trechos, para que apreciem e meditem, neste Ano da Fé.
"O Credo da Missa expõe com suma simplicidade o mistério da Encarnação redentora, ao confessar que o Filho de Deus, por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus e encarnou-se pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Nessas poucas palavras, que pronunciamos ou cantamos acompanhadas de uma profunda inclinação de cabeça, narra-se o acontecimento central da história, que nos abriu as portas do Céu. Nesse texto, como numa filigrana, escuta-se o eco dos três relatos da Encarnação que os evangelhos nos transmitem. São Mateus, ao falar da anunciação do mistério a São José, põe na boca do Anjo as mesmas palavras com que se refere ao Filho da Virgem Maria: por-lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados . A encarnação e o nascimento de Jesus manifestam a infinita bondade divina: uma vez que não podíamos voltar para Deus pelas nossas próprias forças, por causa do pecado – o original e os pessoais –, Ele veio ao nosso encontro: Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que crê nEle não pereça, mas tenha a vida eterna. Recordo-vos aquela consideração com que São Josémaria nos instava a viver uma fé atual, profunda: Se não nos enchemos de pasmo ante os mistérios de Deus, acabamos por perder a fé. Cuidamos com delicadeza do trato com Jesus? Agradecemos essa onipotência do Senhor que reclama a nossa submissão, como prova de amor?
Ó Mãe, Mãe! Com essa tua palavra – “fiat” – nos tornaste irmãos de Deus e herdeiros da sua glória. – Bendita sejas!].
Todas estas razões, e muitas mais que caberia enumerar, podem resumir-se numa só: “O Verbo encarnou-se para nos fazer «participantes da natureza divina» (2 Pe 1, 4): “Porque tal é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: para que o homem, ao entrar em comunhão com o Verbo e receber assim a filiação divina, se convertesse em filho de Deus»”].
Jesus Cristo é realmente a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade: o Filho do eterno Pai que assumiu verdadeiramente a nossa natureza humana, sem deixar de ser Deus. Jesus não é um ser em parte divino e em parte humano, como uma mistura impossível da divindade e da humanidade. É perfectus Deus, perfectus homo, como proclamamos noQuicumque ou Símbolo Atanasiano
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Precisamos ter presentes e vivas em nossa alma esses dois pontos que acabamos de citar: não basta acreditar, é preciso confessar Jesus Cristo por palavras e obras de amor, pelo apostolado constante e paciente, pela unidade de vida; entendamos com clareza que a natureza divina não se deteriorou ao assumir a nossa humanidade, e sim esta mesma humanidade se elevou a uma nova dignidade, a de filhos de Deus.
Diante de tão grande mistério, só podemos contemplar como o fez S. Josémaria: Necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens.
Portanto, para termos convicção do mistério e dele darmos testemunho, precisamos humilhar nosso entendimento meramente humano e transcender até o sobrenatural, pelo conhecimento da doutrina, que deve nos despertar uma sede insaciável, e pela oração amorosa com acompanhamento fiel dos sacramentos. O Espírito Santo infundirá em nós, assim, os seus dons, conjugando-os a uma devoção de criança humilde e desprotegida, sempre entregue ao Pai, por meio do Filho."
Maria Teresa Serman
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