Wednesday, May 19, 2010

Nadar contra a corrente

Por: Maria Teresa Serman

Vivemos um tempo inconstante em matéria de princípios e valores, sob o domínio do "politicamente correto" e a hegemonia do EU. EU me amo; EU me coloco em primeiro lugar; EU faço o que me dá prazer antes e acima de tudo; só EU sei o que é bom para MIM; EU sou dona do meu corpo; EU não me arrependo de nada; EU mereço; EU o amo porque ele ME faz feliz, e por aí vai, sem limites. Na verdade não há limites para o egocentrismo humano a não ser pelo bom senso, artigo de primeiríssima necessidade e bastante escasso no mercado atualmente.

O delicado equilíbrio que deve reger as relações entre as pessoas, seja na família, no trabalho, nos ambientes sociais e políticos, só se consegue pela tolerância e paciência, irmãs íntimas do citado bom senso. Este não é acessível aos diplomas do mais alto nível, se não for cultivado na humildade da mente que reconhece sua pequenez e falibilidade. Quem "se acha" não é capaz de enxergar pelos olhos do outro. E considero que, neste momento histórico, a principal agente desta instabilidade é a mulher.

Passamos da nulidade civil à cidadania; da total subserviência à ascensão profissional; do ambiente doméstico aos mais altos cargos. Essa revolução foi muito desejada; contudo, está sendo muito mal utilizada pelas próprias combatentes, agora tanto vencedoras quanto vítimas.

“A mulher está destinada a levar à família, à sociedade civil, à Igreja, algo de característico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: a sua delicada ternura, a sua generosidade incansável, o seu amor pelo concreto, a sua agudeza de engenho, a sua capacidade de intuição, a sua piedade profunda e simples, a sua tenacidade...” Esta declaração de S. Josemaria Escrivá exemplifica com propriedade as principais características do eterno feminino, que se quer a todo custo sufocar.

É inegável a importância do que conseguimos; mas também lamentável é a distorção que nós mesmas nos impusemos. Sacrificamos essa "delicada ternura", essa "generosidade incansável" em troca do que mais condenávamos nos homens - a insensibilidade, o machismo, o domínio. Não se trata de voltar à idade das cavernas, mas de reagir contra esta onda poderosa de egoísmo e banalização da feminilidade. Podemos surfar, se não der pra nadar, aproveitando o que é bom e deixando para trás os detritos da insensatez que vem contaminando a família, a sociedade, a humanidade. Está na hora de uma nova revolução.

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