O título deste texto de hoje me veio do premiado filme de Claude Lelouch, cineasta francês. No original, Un homme et une femme. Não vou me deter no filme, mas na dupla que o motivou - o homem e a mulher - e em uma sutil, porém importante fatia do intrincado pacote que é o relacionamento entre os dois - quem tem (ou teria) a força, parodiando o He-Man.Outro dia um colega contou uma piadinha na hora do almoço: homem casado é aquele que tem uma mulher ao seu lado para apoiá-lo, amá-lo e ajudá-lo a resolver os problemas que ele não teria se fosse solteiro. Cinismo à parte, essa piada dá um bom caldo pra
"discutir a relação" (argh!)Venho observando, entre os casais mais jovens, e por contaminação, entre os mais maduros, uma competição exacerbada que desgasta a convivência, quando não a destrói por completo. Quem ganha mais, quem pode mais, quem tem mais autonomia na vida a dois. Aquele que era o chefe, o homem, agora perdeu poder? A mulher sabe o que quer e, principalmente, o que não quer, isso é real mesmo? De modo geral, eu diria como o pessoal mais simples e sábio do interior - Que conversa mais besta!
O dois são aliados n
a criação da vida e precisam continuar sendo ao vivê-la juntos. Não é proveitoso derrubar a casa para provar quem contribuiu mais para a sua construção e manutenção - quem comprou mais tijolos, argamassa e utensílios; quem investiu nela mais esforço e tempo; quem deve lucrar mais com sua rematada beleza. Vão acabar pagando aluguel de duas quitinetes. O lucro está em repartir, não em dividir.O parágrafo a seguir foi retirado de uma carta, escrita há muito tempo, por um homem típico de sua época, por isso injustamente classificado como machista. A meu ver, é uma confirmação perfeita de que a guerra dos sexos é uma perda de tempo mesmo:
"Com tudo isso, (...) nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher e ambos vêm de Deus."
E a pegadinha final: ganha um doce quem adivinhar o nome deste homem.
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