Uma aventura gratificante

Por João Felipe Belo

Em janeiro de 2009, enquanto a maioria dos meus amigos estava de viagem marcada para a praia ou alguma localidade badalada do Brasil – ou até mesmo do exterior –, eu e um grupo formado por universitários e jovens profissionais embarcamos para uma das regiões mais pobres e carentes do país: Campo Alegre, no interior do Tocantins.

No dia 7 de janeiro, embarcamos em dois aviões do Exército, de Brasília até Palmas. Da capital do estado, foram 4 horas de ônibus até o local e, daí em diante, mais 2 horas em caminhões do Exército, já que, devido às chuvas e o não asfaltamento do caminho até Campo Alegre, o ônibus não conseguiria fazer a travessia.

O local era realmente fantástico, agraciado em belezas naturais como rios, vales e cachoeiras. Sempre que dava, conseguíamos dar um pulo no rio da região, além das trilhas e passeios pela localidade. A população também nos acolheu com grande carinho e amabilidade.

Permanecemos em Campo Alegre por 11 dias e nos dividimos em quatro frentes: atendimento médico, odontológico, reforma da escola pública e aulas de informática. Só para se ter uma idéia do volume de atividades realizadas, foram mais de 110 atendimentos médicos, entre casos mais simples que, devido à carência do local, iam se agravando, e outros mais sérios. Só de dentes arrancados foram 120. E conseguimos pintar a fachada escola pública reformar mais três salas de aula que estavam bem precárias. Os universitários que deram aulas de informática aos alunos e professores da rede pública fizeram com que o mundo da internet se abrisse naquela região tão distante do progresso e do avanço.

No entanto, posso dizer com segurança que o mais gratificante foi saber que não estávamos perdendo nossas férias naquela aventura que foi ir para um dos mais remotos locais no interior do Tocantins. Sentir o agradecimento das pessoas – especialmente das crianças – que realmente se sensibilizaram e nos perguntavam quando é que iríamos voltar.

Porém, muito castigado pelo abandono do Estado, pobreza e poucas opções de lazer. Era uma visão que nós, que vivemos em grandes centros urbanos, nem sempre conseguimos ver, ou, se vemos, é apenas de longe, por trás do vidro da janela do nosso carro. Em Campo Alegre, pudemos não só ver, mas também fazer algo por toda aquela triste realidade.

Para aqueles que se interessarem, estaremos voltando a Campo Alegre agora em Julho. Quem tiver interesse, acesse o blog: http://campoalegre2010.wordpress.com/

Aí encontrará informação, dois vídeos que mostram bem o que realizamos além de fotos para se ter uma idéia de como é a carência da região.