Saturday, February 2, 2013

Minha filha vai pra Orlando

Quando os filhos crescem, surgem às oportunidades de intercâmbio e, num passe de mágica, lá estão indo passar uns meses fora do país e longe das nossas asas.
Nesse momento começam as preocupações de verdade, porque, até então, se cuidamos bem da educação dos filhos, não temos muito com que nos preocupar.

Longe de nós, pais e principalmente mães, os filhos terão que crescer a todo custo e se firmar nas responsabilidades assumidas.

Minha sétima filha vai, agora em janeiro, para Orlando, trabalhar e estuda por seis meses. Ficará num alojamento da faculdade e terá que cozinhar, lavar e passar suas roupas. Terá horário para acordar, sem usar o "despertador mamãe" para chamá-la.

Tudo será novidade, e nós mães, achamos sempre que ainda não estão prontas para tal passo, o que deveria ser natural para uma mãe como eu, que se casou com dezenove anos e teve seu primeiro filho com vinte. Mas, não é simples. Agora imagino qual deve ter sido a preocupação da minha mãe na época em que casei. Eu também, como a minha filha, era despreocupada, alegre e meio estabanada, levava tudo na brincadeira. Mas, assim que casei, fui morar longe da família e precisei assumir responsabilidades de dona de casa, de esposa e administradora do lar, e no ano seguinte, um filho também já era de responsabilidade minha.

Demorei tanto escrevendo este texto que ela já foi para Orlando! E está achando tudo maravilhoso, e telefonando de lá, com um chip mágico que comprou num plano maravilhoso, pré-pago, que diz poder telefonar ilimitado para fixo no Brasil. A mãe aqui só acredita quando vier a primeira conta. Mas, ela já está ligando a todo momento, pra contar seus avanços e suas compras incrivelmente baratas. Confesso que o medo tenta se apossar de mim, mas rezo e peço a Deus e a seu anjo da guarda que a ajudem nas dificuldades e a mantenham longe de problemas maiores.

Esse é o segundo parto que fazemos na vida, quando os filhos saem de baixo de nossas asas e seguem seus caminhos longe de nós. É a lei natural da vida e precisamos estar prontos para esse momento. Diferente do primeiro parto, agora é sem dor física, mas dói no coração, é a demonstração da nossa impotência diante da vida e da perda de nosso comando parcial para uma total liberação.

Resta-nos a certeza de que Deus converterá todos os nossos erros de educação e formação dos filhos no que Ele achar que é melhor para este que parte na sua nova jornada. E assim nosso coração volta a se alegrar pela antecipação das chuvas de bênçãos que será derramada nesse pássaro que sai de seu ninho.

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